"Toda a arte antiga deve viver sempre no presente, senão nem sequer deve prestar-se-lhe atenção". Pablo Picasso
Marquês de Pombal, reconhecendo esta verdade incontornável, decretou em 1756 a Região Demarcada do Douro, como sendo a região mais antiga do mundo.
Actualmente considerado um dos 7 destinos mais sustentáveis do mundo e um Destino de Excelência Mundial, o Douro, região de paixões e de contrastes, comemora 10 anos como Património da Humanidade! A classificação do Douro como paisagem cultural e arquitectónica veio conferir um novo olhar para o Douro, traduzindo-se num expressivo contributo na criação de uma sucessão de alterações na região duriense, no que diz respeito à economia, à gestão e ordenamento do território, à qualificação ambiental, a um novo conceito do turismo, à fruição do património monumental e arqueológico, entre outras iniciativas que provocam a metamorfose desta região. O município de Foz Côa não tem sido excepção na fruição destes dois patrimónios mundiais em que se encontra inserido. Mas, tal orgulho exige responsabilidade, quer no que diz respeito, à sua preservação, quer no que diz respeito à divulgação desta escultural conciliação entre o carácter único do território e a monumentalidade paisagística.
Descurar ou sobrevalorizar os tempos difíceis que se avizinham, não servirá como justificativo para deixar de honrar o legado dos nossos antepassados: o rio e o Homem. O rio que fez o árduo trabalho de cavar de forma inigualável o seu próprio leito. O Homem que adaptou as encostas íngremes e xistosas durienses à cultura da vinha. Convém não esquecer que foi nos momentos difíceis que o Douro se ergueu e se mostrou ao mundo. As gentes do Douro, diariamente apelam e vertem lágrimas de suor e de trabalho árduo, mas exibem humildemente a sua criatividade e a sua perseverança. Essa vantagem, transforma-se numa qualidade e num privilégio que é estar ladeado pela grande fonte de inspiração que é o Douro, que merece a nossa atenção pela arte que ostenta.