A IIª Edição do Festival Internacional de Cinema de Foz Côa – Cinecôa 2012, decorreu de 27 a 30 de Setembro de 2012. Vila Nova de Foz Côa, inserida na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, assumiu desta forma, o objetivo de elevar o município ao estatuto de capital da cultura do interior.
Para esta edição, as expetativas estavam elevadas, pois o resultado obtido no ano transato foi francamente positivo. Na planificação e na definição das metas atingir para esta segunda edição, foram contemplados patamares de exigência, de qualidade e de determinação sem precedentes. Passado que está o certame, chegou a hora de avaliar o projeto. Uma conclusão primeira é que houve de fato, uma maior consciencialização de todos os intervenientes (organização/parceiros) perante o Cinecôa 2012. Uma maior responsabilidade, os permanentes desafios bem como os constantes obstáculos revelaram-se como aliciantes, tornando desta forma possível evoluir qualitativamente na vertente turístico-cultural. Sobre o evento propriamente dito, começamos com uma cerimónia de abertura da segunda edição do CINECOA, prevista para as 19h do dia 27, com a estreia a nível nacional de “Adeus, Minha Rainha” – o mais recente filme do realizador francês Benoît Jacquot, que esteve presente na cerimónia juntamente com outro homenageado do festival – o realizador argentino Lisandro Alonso. A sessão de encerramento no dia 30, foi dedicada, em jeito de homenagem, ao saudoso Bernardo Sassetti onde foi exibida uma cópia restaurada da Cinemateca Francesa do filme “L’Hirondelle et le Mesange” (1920) de André Antoine, musicado ao vivo pelo pianista Mário Laginha.
Em linhas gerais, o programa da edição deste ano divideu-se em 5 capítulos essenciais:
- um Focus especial dedicado ao cineasta francês Benoît Jacquot, com a exibição de seis dos seus filmes;
- um panorama noturno dedicado a Lisandro Alonso, com a exibição de 3 das suas longas metragens apresentadas pelo realizador;
- um ciclo sobre Cinema e Arquitetura, com a exibição de alguns filmes clássicos sobre o tema, seguidos de debates com vários arquitetos nacionais e estrangeiros que ajudarão a refletir sobre a contaminação destes dois eixos de criação – sublinhando o seu impacto no nosso quotidiano e na nossa memória;
- uma homenagem póstuma a Vittorio de Seta, onze meses após o seu desaparecimento, com a exibição de dez dos seus documentários rodados nos anos 50 sobre o mundo rural e do trabalho;
- por fim, e não menos importante, as cartas brancas oferecidas à arquiteta e urbanista Elizabeth de Portzamparc e à promissora atriz portuguesa Catarina Wallenstein.
Eis um resumo da II edição do Cinecôa:
Cinema e Arquitetura
• The City, de Ralph Steiner, Willard Van Dyke (EUA)
• O Meu Tio, de Jacques Tati (França)
• O Eclipse, de Michelangelo Antonioni (Itália)
• O Desprezo, de Jean-Luc Godard (França)
• Model Shop, de Jacques Demy (França)
• Sizígia/A Casa do Lado, de Luis Urbano (Portugal)
Carta Branca: Catarina Wallenstein
• Os Inadaptados, de John Huston (EUA)
• Filme do Desassossego, de Joao Botelho (Portugal)
Carta Branca: Elizabeth de Portzamparc
• Nova Iorque Fora de Horas, de Martin Scorsese (EUA)
• Estômago, de Marcos Jorge (Brazil/Itália)
Filmes Concerto
• L’Hirondelle et La Mesange, de André Antoine (França) – Filme de encerramento
• La Planète Sauvage, de René Laloux (França)
FOCUS Benoît Jacquot
• Adeus, Minha Rainha, de Benoît Jacquot (França) – Filme de abertura
• L’Assassin Musicien, de Benoît Jacquot (França)
• Les Enfants du Placard, de Benoît Jacquot (França)
• Les Mendiants, de Benoît Jacquot (França)
• La Fille Seule, de Benoît Jacquot (França)
• Sade, de Benoît Jacquot (França)
Case Studies: COALAB
• Milestones, de Robert Kramer e John Douglas (EUA)
• La Vie est Ailleurs, de Elsa Quinette (França)
• É na Terra não é na Lua, de Gonçalo Tocha (Portugal)
Sessões Infantis
• A História Interminável, de Wolfgang Petersen (EUA)
• Pedro e o Lobo, de Suzie Templeton (Reino Unido/Polónia/Noruega)
Panorama Noturno
• La Libertad, de Lisandro Alonso (Argentina)
• Los Muertos, de Lisandro Alonso (Argentina)
• Liverpool, de Lisandro Alonso (Argentina)
Sessão Especial
• 30.000 Anos, de Maya Rosa (Portugal)